segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

POESIAS PARA REVOLUÇÃO

Paulo Leminsk diz que
"en la lucha de clases
todas las armas son buenas
piedras
moches
poemas"

Trotsky que "a revolução trará a todos o direito não só ao pão, mas a poesia".

Natália Correia fala: "Oh subalimentados do sonho, a poesia é para comer!".

Acho que o caminho, duro, as vezes sangrento, para construir a revolução, deve ser mediado, preenchido, com o lirismo, a espiritualidade, o sem-fundo humano. É ele o que faz ser credível um futuro diferente, melhor e mais justo, sem classes nem exploração...

Lá vão duas poesias de um pajeano, poeta e sonhador, Danilo Ribiero.

Camaradas


Vamos prender o Estado numa sela
Para esvaziar as demais prisões
Queimar a bandeira verde e amarela
E todas as bandeiras e brasões
Não há, de fato, fronteiras no mundo
É criação de um sabedor profundo
Da arte de vender e lucrar milhões

Eu odeio a falácia patriota
Deus, certamente, não é brasileiro
Botar a mão no peito e cantar é idiota
Vamos lutar é pra ser mensageiro
Da verdade escondida atrás da tela
O mundo não é como na novela
É duro, é diferente, é traiçoeiro

A mudança, saibam, virá no dia
Que o povo deste mundo despertar
Pois só esperando não passa a agonia
Passa sim com coragem de lutar
Para estancar o sangue, e as veias abertas
Finalmente irrigarem as partes certas
Pro corpo social não gangrenar


Mostremos a todos o que sustenta
A estrutura covarde e usurpadora
Além das armas, da força violenta
É a escola, o cinema, a emissora
De rádio, de tv, coisas afins
Que nos iludem e mandam pros confins
A revolta, força transformadora


Voto, arma da falsa democracia
Pois a reforma não é uma saída
A Revolução contra a burguesia
Igualará a todos nesta vida
Vamos por termo as classes sociais
Criar um mundo novo onde não mais
Existirá a exploração da lida


Instiguemos, então, ao movimento
Pra quem tiver a coragem latente
Abrir os olhos por um só momento
É a visão tão profunda. Certamente
O latente acordará e a revolta
Será tão grande que nunca mais volta
O estado de dormência entorpecente



Geral


Sozinho pode-se gritar
(mas podem calar o que grita)
Sozinho também se pode sonhar muito
(mas podem internar o que sonha)
Sozinho pode-se, ainda, quebrar as regras
(mas podem prender o que transgride)
Sozinho se pode amar a si, certamente
(mas ninguém se fecunda)
Sozinho pode-se, finalmente, gozar e gozar
(mas sem o suor doce do outro)

Amemos a nós e ao outro
Para fecundar um sonho geral
Gozemos juntos
Para quebrar as regras com grito geral
Suemos para um novo tempo, doce, geral


Um comentário:

Unknown disse...

Fantastico!Amei! Viva a Revolucao

Sou cantor e compositor.Estou8 ngravando um cd revolucionario.Preciso de letras, pra poder colocar minhas melodias e grava-las. Meu e-mail e humberto_silva79@yahoo.com
Vamos Mudar o Mundo