domingo, 13 de abril de 2008

MOÇÃO DE APOIO E SOLIDARIEDADE À JORNADA DE LUTA DAS MULHERES CAMPONESAS

A Carvoaria Industrial da Empresa Ferro Gusa Carajás, subsidiária da Vale, encontra-se instalada, há três anos, no Município de Açailândia, no Maranhão. Situada a 800m da Agrovila do Assentamento Califórnia, que existe há 12 anos, a Carvoaria é alimentada pela produção da monocultura de eucalipto que circunda o Assentamento. A comunidade do Assentamento Califórnia sofre graves agressões oriundas da fumaça expelida no processo de queima do eucalipto, ocasionando muitas doenças cardiorrespiratórias e atingindo, principalmente, crianças e idosos.

Nesta conjuntura, no dia 8 e março do corrente ano, mulheres organizadas em torno da Via Campesina encamparam um ato político nas instalações da Carvoaria Industrial da Empresa Ferro Gusa Carajás. A ação teve início com uma marcha na BR Belém-Brasília, em direção às instalações da Empresa e culminou na ocupação da indústria carvoeira Ferro Gusa Carajás, em protesto, principalmente, à enorme quantidade de fumaça emitida pela fornos e ao deserto verde que surge através da plantação do eucalipto, o que inviabiliza a produção de alimentos da agricultura familiar no Assentamento.

O ato mencionado se insere no contexto da jornada de luta das mulheres contra o modelo do agronegócio, no qual a monocultura do eucalipto se enquadra no projeto político-econô mico ditado pelos interesses das transnacionais. Essa política concentradora de terras, voltada para a exportação e para o lucro, não garante sequer alimentos necessários para a sobrevivência do povo brasileiro. Em contra-partida, o modelo de agricultura familiar, defendido pelo Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais sem Terra – MST, representa a principal fonte geradora de alimentos e empregos.

A grande mídia, aliada aos interesses do capital financeiro, criminaliza ações de movimentos sociais que atuam na defesa de direitos humanos, desconsiderando a sua legitimidade e desrespeitando uma pauta histórica de lutas sociais contra-hegemô nicas. Nessa medida, a ação das mulheres do campo não pode ser avaliada a partir da lógica midiática. A análise deve ser feita de acordo com o contexto de lutas pela efetivação do direito à vida, englobando a questão da terra e do meio ambiente, com o objetivo de construir uma sociedade justa e democrática, que se contraponha ao modelo capitalista.

Dessa forma, a juventude organizada de estudantes da Rede Nacional de Assessoria Jurídica Universitária (Renaju), expressa total apoio e solidariedade à luta das mulheres camponesas contra o agronegócio e toda a política econômica neoliberal pautada no massacre dos trabalhadores e trabalhadoras do campo. Denunciamos, ainda, as arbitrariedades da Carvoaria Industrial da Empresa Ferro Gusa Carajás e os meios de comunicação da mídia burguesa que criminalizam os movimentos sociais e populares.

Rede Nacional de Assessoria Jurídica Universitária - RENAJU:

CAJU – Centro de Assessoria Jurídica Universitária – UFC
CAJU – Centro de Assessoria Jurídica Universitária – Sapé Tiaraju – Passo Fundo/ RS
CAJUÍNA – Centro de Assessoria Jurídica Universitária Popular de Teresina – UFPI
CAJUP – Centro de Assessoria Jurídica Universitária Popular - Mandacaru - CEUT – PI
NAJUC – Núcleo de Assessoria Jurídica Comunitária – UFC
NAJUC – Núcleo de Ass. Jur. Univ. Comun. – Justiça e Atitude – Instituto Camilo Filho - PI
NAJUP – Núcleo de Assessoria Jurídica Popular – PUC – RS
NAJUP – Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular – UERJ
NAJUP – Núcleo de Assessoria Jurídica Popular – Direito nas Ruas – UFPE
NAJUP – Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular – UFG
NAJUP – Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular – Roda Viva – UCS / RS
NAJUP – Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular – Isa Cunha – UFPA
NAJUP – Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular – Negro Cosme – UFMA
NAJUPAK – Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular Aldeia Kaiapó – UFPA
NEPE – Núcleo de Estudos e Práticas Emancipatórias - UFSC
NIJUC – Núcleo de Interação Jurídica Comunitária – UFSM / RS
PAJE – Programa de Assessoria Jurídica Estudantil – URCA / CE
Projeto Estação de Direitos – RN
SAJU – Serviço de Assessoria Jurídica Popular – UNIFOR / CE
SAJU – Serviço de Assessoria Jurídica Universitária – USP
SAJU – Serviço de Assessoria Jurídica Universitária – UFRGS
SAJU – Serviço de Assessoria Jurídica Universitária – UFBA
SAJUP – Serviço de Assessoria Jurídica Universitária Popular – UFPR

sexta-feira, 4 de abril de 2008

X ERENAJU 2008 - São Luiz - MA


O Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular “Negro Cosme” – NAJUP Negro Cosme –, projeto de extensão da Universidade Federal do Maranhão, convida os projetos da Rede Nacional de Assessorias Jurídicas Universitárias – RENAJU, e a quem mais interessar, para o X ENCONTRO DA REDE NACIONAL DE ASSESSORIAS JURÍDICAS UNIVERSITÁRIAS.

O Encontro tem o objetivo de fortalecer a articulação dos projetos vinculadas à Rede, integrar novos projetos à Rede, promover discussões e aprofundamentos atinentes à defesa e efetivação dos Direitos Humanos, incentivar a produção acadêmica, avaliar a atuação da Rede no último ano, formular diretrizes para uma atuação em rede, bem como fomentar a formação de novos projetos de assessoria jurídica universitária.

O X ERENAJU realizar-se-á entre os dias 19 e 23 de março de 2008 no Hotel-Fazenda Maracanã em São Luís - MA.

E o pessoal pajean@, Jordanna, Danilo e Martinho também participaram dessa belezura de encontro, emocionante; todos voltaram bem animados, e relatarão pra todos por aqui todos os mínimos dessa maravilha. Pois que certamente esse evento marcou bastante não só a vida estudantil dos participantes, mas mexeu profundamente no corações e mentes de todos.

Algumas fotos retiradas do drive virtual XERENAJU - agradecemos a toda a RENAJU pela disponibilzação e força de vontate de todas as AJUP'S. Valeu pessoal, força sempre.


Poesias Pajean@s

ARREMEDO
Eu sei que não é desatino
Nem trote de poldo melado,
Pois quero lhe falar um segredo
Dum fato já de maltisinado
Das pedras que caem no dedo
E partem para o seu furtado.

Meu caro amigo falante
Das horas que ninguém num sabe
Eu peço que não me apavore
Porque tô com medo que acabe
Então, que o leão me devore
E as cabras berrando se babe.

Nas minas da riba de cima
Nos matos das bandas de baixo
Falaram pra mim que de um jeito
Ou de outro arrancam o cacho
De dentro para fora do peito.
Se perde, depois eu num acho.

Pulando do lombo do bicho
Vaqueiro das ancas quebrado
Pisaram no rabo da gia
Que tinha me arremedado
A luz da cozinha acendia
De noite no tanger do gado

Com um copo de água na mão
Cortaram o fio de energia
Pegaram Paulinho de Vicente
Cantando uma tal melodia
As plantas plantadas recente
Na rua o povo comia.

O que importa é o principal
O resto já tem quem o diga
Que de acessório não passa
O veio que canta cantiga
Na lua, caçador não caçado
À noite, ô dor de barriga.

Nas penas de uma galinha
Porco não come capote
Sei que eu não morro de medo
Só bebo água do pote
Tenho raiva de arremedo
E duns caba que parece mangote.
Seu moço não é brincadeira
As estrelas, caladas, palhaço
Sei lá se o besouro ferrou
Lampião foi o rei do cangaço
Na prisão o vidente errou
Vaqueiro bom não erra laço.

Balbino, valente soldado
Brincadeira de arrancar os dente
Homem duro num perde a espora
Sulamita beirando uma serpente
Correnteza me leve agora
Era frio naquela noite quente.

Da pasta que arrancaram do tiro
Sobrou dois palitos de dente
Pararam as obras da ponte
Do rio Piranhas carentes
Salmão de batuque do Conde
Menino sabido é parente.

Sai daí cansanção que coça
De grama pra nós jogar bola.
Dos outros eu só quero a palhoça
Pintando com tinta de cola;
Talvez eu plante uma roça.
Eita! Caba do andado descente.
Autor: Martinho Olavo Gonçalves e Silva.

JUAZEIRO
Observo as luzes,
e sei que vc está lá,
pensando no que fazer.
Enguanto penso em você.
O vento frio,
traz o teu perfume,
e lembro do calor de teu corpo.
Que meus pês,
consigam te encontrar,
e meus sussuros,
te encantar.
(01/03/08)

REENCONTRO
Depois de tanto tempo esquecidos,
ainda quardo o mesmo silêncio,
sua voz ainda é a mesma.
O meu sorriso,
agora comtempla o teu.
Espero um novo encontro,
enguanto imagino o teu olhar.
25/02/2008

AVÔS/AVÓS
È um José como todos os outros,
e com olhos azuis.
Para alguns um homem encantador,
para mim, encantado.

E esse José encatando,
se encantou por uma Izaura,
a mais livre e guerreira entre elas.
Um casal como todos os outros.

Eternos para a familia,
eternos por seu amor,
eternizados por um poema.
10/02/2008

*José e Izaura são meus avos maternos que completam este ano 60 anos de casamento, pequena homenagem, singela.

COMO CRIANÇA
O mundo em guerra,
mães chorando por seus filhos,
gays espancados,
indios queimados,
negros escrevizados,
mulheres estrupadas,
e eu me protegendo,
debaixo do meu cobertor.
09/02/2008

CHORO
As vezes choro sozinho,
pela noite, pelo mundo,
pela dor solitaria, pelo amor,
amor às crianças e aos sábios,
amor a todos e a todas.
Choro para me protege do mundo.
Choro pra me esconder do mundo.
Apenas choro...
09/02/2008

E SE...
E se tudo fosse diferente...
Será que as flores lembrariam o ódio?
ou o vôo dos passaros a prisão?
os homems seriam apenas homens?
o sertão seria mar?
Seria Antonio aconselhado?
e eu um poeta?
09/02/2008
Autor: Phelipe Bezerra Braga