domingo, 29 de setembro de 2013

#cinep@je #vempraura#vempraluta


As recentes manifestações que se iniciaram em junho e continuam a ocorrer no Brasil, foi o tema de mais um cinep@je. Pela manha assistimos ao filme: "O que é isso,Companheiro?", filme que conta a historia do sequestro do embaixador do Estados Unidos no Brasil em 1969,  por integrantes dos grupos guerrilheiros de esquerda MR-8 . O filme é um bom retrato da luta dos grupo armados revolucionários contra a ditadura! E pra deixar os sentidos à flor da pele, realizamos uma mística, pra galera sentir um pouco da tensão em que viviam os torturados pela ditadura. Esse foi o pontapé do nosso debate! Temas como, ideologias da direita e da esquerda, luta armada, violência policial foram debatidos.


O momento da tarde foi iniciado com a leitura do poema "Aos que hesitam", de Bertolt Brecht . Logo em seguida assistimos ao filme "Com Vandalismo".  Pra iniciarmos o debate foi feito relato sobre a desobediência civil e jogada a pergunta "com ou sem vandalismo?". Esse foi um debate acalorado em que o vandalismo, a desmilitarização da polícia, criminalização dos movimentos sociais e a cobertura da mídia, foram postos na mesa.




E pra terminar esse encontro, fizemos uma linda ciranda pra celebrar mais esse Cinep@je!!!!



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Tem batata quente!

Nada como uma boa brincadeira e muita diversão para iniciar um debate. Foi isso que fizemos no último sábado em  mais um encontro com os jovens do Assentamento 10 de Abril. O momento foi realizado somente com os meninos do grupo, para que deixassemos as meninas do assentamento mais a vontade na construção de um espaço  dedicado somente a elas! Mas isso é historia para depois! O que aconteceu nesse fds foi uma boa brincadeira com bexiga, água e muita gente molhada! 


A brincadeira era batata quente: cada um ia jogando a bexiga para o outro até estourar. O que estourasse a bexiga na sua mão, contaria um pouco sobre o seu dia a dia e suas atividades domésticas.
A cada depoimento constatamos a sobrecarga de trabalho sob responsabilidade das mulheres e sobretudo das suas mães! O momento então foi de indagar o o porquê disso acontecer não somente no assentamento, mas também mundo a fora!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Lançamento do Forum Justiça no Cariri

No dia 31 de agosto de 2013, ocorreu o lançamento do Fórum Justiça no Cariri, na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará- ADUFC, em Juazeiro do Norte-CE. A atividade contou com a presença 24 pessoas, dentre elas estudantes do Programa de Assessoria Jurídica Estudantil e membros: da ADUFC, do Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade de Direito da Universidade Regional do Cariri, da Associação de Pacientes Renais, da Comunidade de Gravatá (Caririaçu) e da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares-RENAP.
Primeiramente, discutiu-se o histórico da estruturação e composição das Instituições do Sistema de Justiça. Falou-se da experiência do Fórum Justiça no Rio de Janeiro-RJ, em Fortaleza-CE e de espaços como a RENAP e a Articulação Justiça e Direitos Humanos- AJUSDH. Posteriormente, tratou-se de espaços de controle social e participação até então existentes, bem como da realidade destas instituições no Cariri e de algumas causas coletivas de direitos humanos fundamentais, que encontram dificuldade de serem superadas na região.
Ficaram também deliberados os seguintes pontos:
- A realização de um Seminário sobre Acesso à Justiça na região;
- Dia 20 de setembro, no Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade de Direito da URCA, reunião com outros agentes estatais de repasse do debate do lançamento e para organizar a próxima reunião do Fórum Justiça no Cariri, bem como o Seminário de Acesso à Justiça;
- Dia 26 de outubro, próxima reunião do Fórum Justiça no Cariri;
- A formação dos Seguintes Grupos de Trabalhos- GTs:
• Criança e Adolescente. Responsável: Prof. Geovani Tavares
• Saúde. Responsável: Edmar Francisco da Silva
• Empreendimentos Estatais: Carlos Macedo Menescal, Danielly Pereira Clemente e algum membro da Comunidade Gravatá a ser indicado posteriormente
• Organização/ Estrutura: Adriano F. Silva, Débora Costa Silva, Profa. Edneusa Pamplona, Fernanda di Marco e Lucas Alencar Pinto
• Sistema de Justiça: Grabrielly Araújo dos Santos e Ana Rebeca Sousa Jorge Alves
Ao final declamou-se o cordel “Um cordel para Gravatá” de Manoel Leandro e xilogravura de Carlos Henrique (agosto de 2013):
A vocês peço licença
Paciência e atenção.
À Deus peço inspiração,
Proteção. Peço sabença.
Pra eu dizer o que pensa
O povo de Gravatá.

Com a falta que há
De saúde na região,
Vida digna, educação…
O governo quer jogar
Um aterro em Gravatá
E é pra nós ficar calado.

Seu governo do estado
Secretaria das cidades
Tem tantas barbaridades
No que vocês tem falado
Que eu sem ter estudado
Percebi na mesma hora.
A minha família chora
Com essa atrocidade,
Com a possibilidade
De um dia ir embora
E o seu estudo diz agora
Era o que a gente queria?

Aliás, essa porcaria
Que você chama de estudo
Feito por quem tem canudo
Mas não tem sabedoria
Em uma página dizia
Que aqui não tinha água.

E por acaso é mágoa
O que tem no cacimbão?
É uma assombração
O rio que aqui deságua?
A gente lava as anáguas
Seu doutro diga é com que?
O que tu vieste beber
No tempo da eleição
Apertando nossa mão…
Você mesmo pôde ver
Agora vem me dizer,
Não tem água rasa aqui?

Tu agora vem cuspir
No copo que tu bebeu
O povo que te elegeu
Quer agora perseguir?
Doutor, vamos prosseguir
Com a nossa resistência.
Tenha consciência
Lembre o poço que cavou
O sinhô mesmo mandou
Cavar ele com urgência
Agora com truculência,
Quer nos deixar sem morada?

Lembrei agora da piada
Disse que um doutor
Encheu de trabalhador
Uma D- 20 listrada
Numa curva da estrada
Essa D-20 virou
O doutor então chamou
Um doido que ali passava
Ninguém ali mais pulsava,
O doutor assim falou,
Num abismo que encontrou
- nós vamos jogar tudim.

E eles fizeram assim
Jogaram de um e um
Só se escutava o bum
De corpos no mesmo fim
Quando pegaram Mundim
Ele gritou: Eu tô vivo.

O doido disse ao cativo:
- Quer saber mais que o doutor

O pobre trabalhador
Que se encontrava ativo
O lançaram ainda vivo
Naquele abismo profundo.

Seu doutro pensando fundo
Nós podemos comparar
O povo de gravatá
Com o pobre do Raimundo
Você faz serviço imundo
E quem paga é a gente?
Seu doutor fique ciente
Teremos outro final
O seu lixo é mortal
O seu progresso é doente
O seu estudo mente
Pois diz não ter água aqui.

Sou do povo Cariri
Povo apaziguador
Sou também lutador
Sou da sombra do pequi
Eu não vou sair daqui
O meu canto é Gravatá. 
Rodrigo de Medeiros Silva.