sexta-feira, 4 de abril de 2008

Poesias Pajean@s

ARREMEDO
Eu sei que não é desatino
Nem trote de poldo melado,
Pois quero lhe falar um segredo
Dum fato já de maltisinado
Das pedras que caem no dedo
E partem para o seu furtado.

Meu caro amigo falante
Das horas que ninguém num sabe
Eu peço que não me apavore
Porque tô com medo que acabe
Então, que o leão me devore
E as cabras berrando se babe.

Nas minas da riba de cima
Nos matos das bandas de baixo
Falaram pra mim que de um jeito
Ou de outro arrancam o cacho
De dentro para fora do peito.
Se perde, depois eu num acho.

Pulando do lombo do bicho
Vaqueiro das ancas quebrado
Pisaram no rabo da gia
Que tinha me arremedado
A luz da cozinha acendia
De noite no tanger do gado

Com um copo de água na mão
Cortaram o fio de energia
Pegaram Paulinho de Vicente
Cantando uma tal melodia
As plantas plantadas recente
Na rua o povo comia.

O que importa é o principal
O resto já tem quem o diga
Que de acessório não passa
O veio que canta cantiga
Na lua, caçador não caçado
À noite, ô dor de barriga.

Nas penas de uma galinha
Porco não come capote
Sei que eu não morro de medo
Só bebo água do pote
Tenho raiva de arremedo
E duns caba que parece mangote.
Seu moço não é brincadeira
As estrelas, caladas, palhaço
Sei lá se o besouro ferrou
Lampião foi o rei do cangaço
Na prisão o vidente errou
Vaqueiro bom não erra laço.

Balbino, valente soldado
Brincadeira de arrancar os dente
Homem duro num perde a espora
Sulamita beirando uma serpente
Correnteza me leve agora
Era frio naquela noite quente.

Da pasta que arrancaram do tiro
Sobrou dois palitos de dente
Pararam as obras da ponte
Do rio Piranhas carentes
Salmão de batuque do Conde
Menino sabido é parente.

Sai daí cansanção que coça
De grama pra nós jogar bola.
Dos outros eu só quero a palhoça
Pintando com tinta de cola;
Talvez eu plante uma roça.
Eita! Caba do andado descente.
Autor: Martinho Olavo Gonçalves e Silva.

JUAZEIRO
Observo as luzes,
e sei que vc está lá,
pensando no que fazer.
Enguanto penso em você.
O vento frio,
traz o teu perfume,
e lembro do calor de teu corpo.
Que meus pês,
consigam te encontrar,
e meus sussuros,
te encantar.
(01/03/08)

REENCONTRO
Depois de tanto tempo esquecidos,
ainda quardo o mesmo silêncio,
sua voz ainda é a mesma.
O meu sorriso,
agora comtempla o teu.
Espero um novo encontro,
enguanto imagino o teu olhar.
25/02/2008

AVÔS/AVÓS
È um José como todos os outros,
e com olhos azuis.
Para alguns um homem encantador,
para mim, encantado.

E esse José encatando,
se encantou por uma Izaura,
a mais livre e guerreira entre elas.
Um casal como todos os outros.

Eternos para a familia,
eternos por seu amor,
eternizados por um poema.
10/02/2008

*José e Izaura são meus avos maternos que completam este ano 60 anos de casamento, pequena homenagem, singela.

COMO CRIANÇA
O mundo em guerra,
mães chorando por seus filhos,
gays espancados,
indios queimados,
negros escrevizados,
mulheres estrupadas,
e eu me protegendo,
debaixo do meu cobertor.
09/02/2008

CHORO
As vezes choro sozinho,
pela noite, pelo mundo,
pela dor solitaria, pelo amor,
amor às crianças e aos sábios,
amor a todos e a todas.
Choro para me protege do mundo.
Choro pra me esconder do mundo.
Apenas choro...
09/02/2008

E SE...
E se tudo fosse diferente...
Será que as flores lembrariam o ódio?
ou o vôo dos passaros a prisão?
os homems seriam apenas homens?
o sertão seria mar?
Seria Antonio aconselhado?
e eu um poeta?
09/02/2008
Autor: Phelipe Bezerra Braga



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