domingo, 30 de dezembro de 2007

O FIM DE UMA ETAPA E O INÍCIO DE OUTRA

O FIM DE UMA ETAPA E O INÍCIO DE OUTRA

Às minhas queridas pajeanas e aos meus queridos pajeanos e outr@s companheir@s não menos importantes,

Este ano foi de fato um divisor de águas para a nossa história. Digo nossa história, mas não me refiro apenas à história do P@Je e sim a história de cada um de nós como pessoas. Há um pouco mais de ano atrás, estavam ingressando no P@Je uma galera que deu o ar de sua graça e disse ao que veio. Ere! Que ciclo de recepção de novos membros arretado foi aquele?!
O tempo passou tão rápido que eu nem em dei conta direito, só agora que chega ao final do ano é que me dei conta. O tempo não passa quando estamos fazendo o que gostamos, com pessoas que gostamos.
Esse ano nós experimentamos altos e baixos. Porém os altos foram em maior número. Os nossos momentos felizes prevaleceram diante das tristezas. Conseguimos realizar diversas oficinas e participar e promover vários eventos. Para citar alguns: ciclo de oficina sobre educação popular com os educadores do Projeto Nova Vida, oficina de Diversidade Sexual em parceria com o CA Paulo Freire do curso de Pedagogia da URCA, atividades do 08 de Março com a Casa Lilás e a CONLUTAS, tivemos membros participando do ERED/ERAJU, do ERENAJU, ENED, ENNAJUP, dos COREREDs, realizamos o nosso CAFÉ-DEBATE: “Paulo Freire e Justiça Social. E eu com isso?”, o nosso II ECED. Gente isso foi muito importante! Esse ano nós deslanchamos nas publicações, tivemos gente em eventos nacionais e internacionais! Não podemos esquecer da nossa decisiva participação na luta pela democratização quanto a escolha do coordenador do curso de Direito, apesar da decepcionante atuação daquele que foi eleito e de ser clarividente que como se dá, o voto não é um mecanismo de demonstração da soberania popular nem de real democracia.
Os nossos projetos andaram em um marasmo durante o ano, as atividades no Projeto Nova Vida não conseguiam ser realizadas nas datas estabelecidas. Houve, em muitos momentos, uma falta de sintonia com os nossos companheiros. Talvez devamos ler mais Paulo Freire como disse o Prof. Fábio Rodrigues. Eu diria que certamente temos que ler mais.
Também a atividade da Cadeia foi uma grande conquista e uma profunda experiência que marcou minha vida. Para sempre carregarei as experiências vivenciadas e as que ainda serão vividas junto dos companheiros encarcerados nas cadeias do mundo, dentro e fora das prisões institucionais. Em 2007 os nossos projetos vacilaram em alguns momentos. O erro é algo natural àqueles que arriscam e não têm medo de errar. O importante é percebemos os erros nos momentos certos, rever os posicionamentos para se continuar de cabeça erguida a nossa jornada. Nós conseguimos aumentar o número de projetos (talvez isso não represente um efetivo avanço), mas isso demonstra vontade de atuar positivamente no meio social. Lembremos do CineP@Je que aos trancos e barrancos esteve servindo como espaço para a formação e discussão sobre temas de grande relevância como esperamos que continue a servir no decorrer do ano que vem.
Não podemos deixar de falar da nossa greve. Esse momento de efervescência política no seio da nossa universidade que tanto tem contribuído para a reflexão e para o alargamento da nossa consciência crítica. É importante frisar o papel do P@Je nesse processo, participando da construção do movimento grevista.
No ano de 2007 que se finda, tive a oportunidade de participar de duas atividades que me deram um pouquinho do gosto, pelo menos como aperitivo, de estar no fronte de uma revolução socialista. Estive, como muitos e muitas já sabem, em uma ocupação do Movimento de Trabalhadores Sem-Teto Urbano – MSTU de Belém do Pará, em Janeiro, momento em que entrei em contato com diversos trabalhadores explorados e oprimidos, com fome e sede de justiça, e também estive na ocupação da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará no mês de Novembro, como atividade do comando de greve unificado das Universidades Estaduais do Ceará. Pois é! Iniciei o ano ocupando e terminei ocupando! Heheheh! Veremos o que nos espera no ano que vem. Provavelmente deverei avançar nesse sentido, de ocupante passarei a incendiário (deverei queimar uns dois ônibus e alguns prédios). Isso vai ficar para ser pensado melhor durante o planejamento em Janeiro.
Uma palavra poderia resumir o meu ano de 2007, APRENDIZADO. Eu aprendi que devo ser menos chato; não cobrar tanto das pessoas; aprendi a compreender melhor os outros; a amar mais as pessoas como elas são; aprendi que há coisas na vida que parecem insignificantes, mas no fundo são os detalhes mais importantes, que nos proporcionam um avanço como seres humanos quais seja um abraço apertado num amigo, um minuto de conversa com alguém que precisa de sua atenção, demonstrar o seu afeto àquelas pessoas que se importam com você; ouvir o bater do coração e perceber que deve existir tempo para a gente mesmo (momentos de introspecção); aprendi que em todos os setores de nossa vida deve estar presente a nossa ação revolucionária; aprendi que eu tenho amigos e amigas com quem posso contar em todos os momentos de minha vida. Não falarei do que eu aprendi no campo teórico, pois foram muitas coisas, foram muitas as leituras. Prefiro ficar com os aprendizados afetivos, eles me servirão bem mais do que qualquer outro.

Diante disso, eu só tenho três coisas a dizer:

1ª) Obrigadoooooo! Obrigado, primeiramente, a Deus por me ensinar dia-a-dia a amar mais a causa dos oprimidos e explorados do mundo, por ser um amigo fiel nas horas mais difíceis e por me fazer compreender que é vontade Dele que lutemos pelo fim da sociedade de classes. Obrigado a tod@s vocês que me fizeram aprender essas coisas também. Obrigado pajean@s e ex-pajean@s: Danilo, Jâmerson, Yara, Daiana, Izabel, Jordanna, Larissa, Ana Larissa, Lucieudo, Phelipe, Paulo, Leandro, Camila, João Adolfo, Keline, Alexandra, Alyne, Socorro, Cássio, Synthya. Obrigado aos demais companheiros e companheiras: Fernanda Lívia, Marcos (PSTU), Thais Liane, à galera do Projeto Nova Vida (Zé, Miro, Vevé, Daniel, Otávio, Tairon, Samuel, Juliana, Carleston, Izabel, Lorinha), a minha mãe (Dona Cecília), meu mano Marcílio. Há mais gente a se agradecer, isso será feito em mensagens particulares.
2ª) Desculpas. Devo pedir desculpas sim àquelas pessoas a quem magoei. Eu não as relacionarei nesse texto, até porque poderão ter sido mais gente do que eu possa imaginar. Sei de algumas e a elas eu peço perdão e suplico que me aturem pelo menos por mais um ano.
3ª) Vamos a luta! Devemos alargas as trincheiras (como diz o Danilão). Espero que as nossas conquistas sejam maiores nesse novo ano. Devemos nos agregar de maneira mais direta aos demais revolucionários, àqueles que de fato comungam das nossas mesmas idéias que nós. O ano que vem nos aguarde, ele que se cuide, pois nós estaremos com todo o gás, de sola!
É interessante! Não passará de mais um dia após o outro. Entretanto, nem um outro dia nos permitiria expor tantas sensações, emoções, desejos.

Gente um feliz tudo de bom para todas e todos! Amém mais do que ontem e menos do que amanhã!

Ass.: Martinho Olavo Gonçalves e Silva em 30 de Dezembro de 2007.

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